sábado, 27 de junho de 2015

Vitória

Nos braços de Vênus
Zéfiro espalhou do norte a vitória alada
Correndo pelo ar
Nos pés, o poder de Mércurio ajudar

Uma vitória de Vênus
Um poder de grandeza sem igual
Tendo ditado a regra
O amor agora será a medida original

Corre, espalha, avisa a notícia
Da vitória de Vênus sobre o deus da guerra
Avisa que Marte perdeu mais um dia
E que é bom o Olimpo preparar a festa

quinta-feira, 25 de junho de 2015

Eco

No silêncio do meu coração e da alma
Só me sobra um eco
                     um eco
                     um eco

Da minha mente não sai nada
Que me soe sincero
E eu espero, de verdade
Que teu vento me acalme

No silêncio da minha mão e da alma
Não me traça quase nada
Não me sobra vontade
Não me cria ideia

E só persiste, eterno
Na minha mente, coração e alma
Um eco
       Um eco
              Um eco


quinta-feira, 11 de junho de 2015

Meu passo de coragem, ou: como virei escritor

Há 2 meses atrás, tomei o passo mais corajoso que já decidi na minha vida: eu larguei um emprego estável para me arriscar na minha real paixão, a escrita.
Mas calma, essa história é mais profunda do que isso.
Desde que me lembro por gente eu gosto de contar histórias fantasiosas (entenda: não eram mentiras, ok?). Adorava inventar que minha casa era um hotel, e quando minha mãe chegava do trabalho, eu era o seu guia para uma noite de entretenimento (algo que eu e minha irmã havíamos preparado o dia inteiro: uma coreografia, uma peça, algo divertido). Adorava sair em uma aventura contra dragões e bruxos com minha irmã, no quintal de minha casa. Eu tinha certeza que o super mercado era um calabouço e o tesouro estava escondido em alguma prateleira. A cidade toda era um gigantesco livro de histórias que acontecia somente na minha cabeça e na cabeça de quem quisesse compartilhar aquilo comigo.
Os anos se passaram e eu resolvi começar a contar minhas histórias em papel, já que aos 12, meus horários pouco batiam com os de meus ouvintes. O papel era um lugar eternizado para quem quisesse ler depois.
Eu ainda não tinha noção do que eu estava fazendo, eu não me chamava escritor. Eu contava histórias para quem estivesse disposto a lê-las e só.
E, coitada da minha mãe, era minha eterna cobaia.
Ela deve ter lido todos meus originais até os 16/17 anos, corrigindo português, concordância, contexto. Minha mãe foi minha primeira editora e eu tenho pena de tanta coisa ruim que ela teve que ler.
Mas foi graças aos empurrões que ela e meus professores de literatura, redação e português davam que eu descobri meu talento para a 6ª arte: a palavra escrita. Literatura, para quem quiser chamar assim. Mas pra mim, a palavra escrita vai muito além disso (assunto para outro post).
Com 14, comecei meu primeiro livro com a real noção do que estava fazendo. O livro que se tornaria meu xodó, que já mudou de nome mais vezes do que já troquei de faculdade. Já foi DF - Detetives do Futuro, já foi apenas Detetives do Futuro, já foi uma trilogia com temática de desfunções sociais e mentais, já foi uma trilogia com nomes alternativos, já foi tudo e, hoje (ainda não lançado), é uma trilogia com nomes do mundo das cartas: A Carta Coringa, A Dama de Espadas e O Ás na Manga.
Quando vou lançá-lo? Não faço ideia. A jornada de Nero e seus amigos não me deixa terminar de contá-la para mim mesmo, que dirá para os outros.
Com a idade, tive que decidir por uma profissão (veja bem, escritor para mim ainda não era profissão. No máximo um hobby). E foi assim que quiquei em tantas faculdades que perdi a conta (foram 6, mas ninguém precisa saber disso).
Na minha sexta faculdade, entrei num trabalho que me exauria. Eu parei de escrever. Por 2 anos, todos os personagens que nasceram em minha mente durante toda a minha vida tiveram suas histórias estagnadas, assim como a minha.
Eu estava entrando num profundo estado de desesperança. Eu tinha certeza que meu futuro ia ser aquilo e eu só tinha que me resignar. Sonho era coisa de criança.
Mas alguma luz desceu em mim, acho que nunca vou saber explicar como realmente aconteceu, mas eu tomei uma atitude: 1º de Abril seria o dia que eu renasceria. Engraçado ser justamente no Dia da Mentira e exatamente dois anos após começar meu trabalho infeliz. Eu estava vivendo uma mentira por dois anos, me enganando por dois anos. Aquilo simbolizava um recomeço para mim.
Foi aí que, depois de um aviso prévio de um mês, me despedi de minha chefe, de meus colegas de trabalho, da minha antiga vida e saltei sem paraquedas no vazio. Se ia dar certo? Eu não fazia ideia, mas eu acreditava! Eu tinha um sonho e eu resolvi acreditar nele.
Meu sonho de escrever profissionalmente precisava ser realizado, porque eu sabia, mesmo que instintivamente, que aquilo era o meu propósito de vida.
Devo essa decisão a três pessoas. Duas já não vão poder ouvir meus agradecimentos, mas uma ainda pode. São eles: Walt Disney, J. K. Rowling e Enrique Coimbra.
Walt Disney por sempre me fazer acreditar que o sonho e o desejo são as coisas mais importantes da vida, e que nós nunca podemos deixá-los para trás. Eles devem pautar nossa vida, sempre!
J. K. Rowling pela sua encantadora e corajosa história de vida. Mesmo contra todas as adversidades, ela não abriu mão de Harry, da história que ela SABIA que precisava contar ao mundo. E conseguiu. Harry Potter é o segundo livro mais vendido do mundo, atrás somente da Bíblia.
Enrique Coimbra, escritor brasileiro, blogueiro e vlogueiro, que me ensinou, mesmo sem saber disso, a me valorizar muito como ser humano, apesar de qualquer coisa e, principalmente, de que é possível ser escritor no Brasil, um país que tem a fama de não gostar de ler.
Obrigado aos meus três mestres e obrigado a você que me lê. O escritor é um contador de histórias, mas histórias só existem em dois momentos: enquanto eu as conto e enquanto alguém decide ouvi-las.
Sem você, sem alguém para me ler, minha história morreria para sempre comigo.
Muito obrigado por permitir dividir com vocês o meu mundo.

segunda-feira, 8 de junho de 2015

Por que Vênus?

Muita gente me indaga por que metade dos meus poemas falam sobre o panteão greco-romano de um modo mais "elevado".
Não sou pagão, politeísta, não me importo de seguir uma religião morta (eles já foram deuses, claro, mas nem mesmo os gregos/romanos os viam como deuses no sentido stricto sensu da palavra. Mas isso é assunto pra outro post).
É muito simples, na verdade. Não tem a ver com paganismo, politeísmo ou qualquer outra coisa. É simplesmente porque o panteão greco-romano simboliza esteriótipos consagrados na sociedade ocidental, o que facilita e muito o modo como preciso que meus leitores interpretem meus poemas.
Apolo, por exemplo, deus do Sol, das artes e da beleza, sintetiza a ideia, propriamente, da beleza, da inteligência para as artes, da iluminação. É até bem simples quando pensamos.
E então, minha amada Vênus. Tanto ela quanto sua versão grega (Afrodite), são as divindades representantes do afeto, até certo ponto, do amor também (Eros e Anteros também são encarregados disso), e, assim como Apolo, parte também do arquétipo da beleza.
E é exatamente o arquétipo de beleza e amor que me encanta em Vênus/Afrodite. É esse arquétipo que eu busco na minha poesia. Essa ideia, já encrustada na sociedade, do arquétipo greco-romano do amor.
E aí, podemos evolui-lo para a visão romantica do amor, lá do século XIX. Mas isso daí já é outro assunto e outro post =)

Minha adorada Vênus


sábado, 6 de junho de 2015

Tomorrowland - Um Lugar Onde Nada é Impossível

Filme da Disney, pra mim, é sempre diversão garantida. É sentar por 90/120 minutos, rir, se emocionar, ter esperança e, principalmente, refletir e aprender.
Não existe um filme Disney que não passe uma lição de moral importante ou seja um banho de esperança e otimismo para uma sociedade resignada e pessimista: o mocinho ganha no final, a princesa encontra seu príncipe, feras aprendem a se deixar serem amadas, piratas vêem o lado bom de ser bom.
E Tomorrowland é exatamente isso: uma imensa, colorida, divertida e emocionante propaganda de otimismo.
A narrativa segue a heroína Casey Newton, otimista nata, filha de um engenheiro da NASA, irmã mais velha e contestadora por natureza que, após se apossar de um pin, se vê transportada para uma realidade paralela, um mundo futurista, com ruas limpas, cidadãos educados e, aparentemente, tudo grátis.
Numa visão rasa, o filme parece apenas diversão-família numa Sessão da Tarde, mas visto com vontade e gosto, o filme é uma aula.
Durante as 2 horas de filme, a(boa) teimosia e sua curiosidade de Casey, misturada a um idealismo pouco visto nas pessoas de hoje, nos faz questionar a nós mesmos, com temáticas do tipo "aceitamos o futuro que nos é dado por que vemos ele como destino inevitável?" e outras perguntas que seriam apropriadas numa aula de filosofia.
A eterna lição humana de "as crianças são o futuro" e "temos o bem e o mal dentro de nós, vence quem a gente deixa vencer" é discutida ao longo do filme ad infinito. E isso é bom, pois parece que estamos esquecendo disso ao passar dos anos.
Na parte técnica, o filme não peca muito. Os efeitos estão ótimos, as atuação, impressionantes (inclusive para o grande elenco de crianças do filme), e o roteiro prende. O único pecado é o mal desenvolvimento do personagem de Hugh Laurie, que não chega a ser nem o vilão, nem um herói. Ele fica naquela margem mediana que a sociedade num geral está. Ele é o contra-ponto perfeito para o personagem de George Clooney, que também é o passado e o presente, cheio de otimismo, mas que perdeu as esperanças.
O outro contra-ponto de Clooney é a pouco-conhecida Britt Robertson, na personagem de Casey Newton, que já trabalhou em Pânico 4 e no seriado Under the Dome. Ela representa o presente e o futuro, a sociedade otimista e persistente que devemos construir, os jovens que, hoje, serão os construtores do amanhã.
E, pra fechar, uma frase que aparece no primeiro ato do filme, do grande e genial Albert Einstein, usada como mantra pela Disney e seus afiliados e que, certamente, engloba todo o espírito do filme: "Imaginação é mais importante do que conhecimento".
Não deixem de imaginar, não deixem de sonhar, não deixem de fazer.

Nota: 8,5/10

segunda-feira, 1 de junho de 2015

Judite

Judite
Aquela garota
Que fingia não saber de nada
Pra se passar por tola
E amada

Judite
Menina de mente má
Fingia coração aberto
Para no dos outros
Entrar

Judite
Colhia solidão
Depois de plantar tanta intriga
Coitada de Judite, rapaz
Ela foi seu próprio capataz

Onda

Explode minh'onda de entusiasmo
Na margem do mar da vida
Nadou o mar inteiro
Pra morrer na areia, arredia
Segura os pontos dela
Mas não deixa a onda vazar
Segura e sente a energia
E volta a criar

Outra onda
Outro texto
Outra frase
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