quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Eu

Eu te quero
Eu te posso
Eu te gosto
Eu te solto
Eu te espero
Eu te volto
Eu te rio
Eu te digo
Eu te amo
Eu te ouço
Eu também

Então vem e não espera mais
Que de esperar já se tira a paz

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

A psicologia dos desenhos Disney


Uma das coisas que mais me fascina nos desenhos da Disney é sempre a mesma tecla: as mensagens por trás das histórias, o grande tema, a ideia e, principalmente, a psicologia da história.

Sim, a psicologia, porque analisar as animações da Disney não pode ser apenas de uma forma tão rasa como "a sereia que queria ser humana", "o leão que fugiu, voltou e vingou a morte do pai", "a nativa-americana que se apaixonou pelo colonizador europeu". Esses filmes têm muito mais profundidade do que se vê a primeira olhada.

A Pequena Sereia não discute apenas a teimosia e a paixão de uma adolescente, mas também a ruptura com o sistema patriarcal autoritário, representado aqui pelo Rei Tritão [o homem] e uma de suas filhas Ariel [a mulher], numa analogia de como o paternalismo dominante até então estava com os dias contados (inclusive esse é considerado o começo da revolução feminista nos desenhos Disney. Uma revolução bem leve, claro, mas era um começo em 1989).

O Rei Leão discute, além da vingança pela morte do pai, temas como o abandono da imaturidade juvenil através do momento em que se assume responsabilidades. Simba volta para sua terra quando ele descobre que ela está morrendo devido a uma má administração de seu tio Scar. O filme, se bem analisado, ainda fala de problemas como a corrupção advinda do poder absoluto.

Pocahontas, um grande filme feminista (perdendo por muito pouco para Mulan, esse sim o ápice feminista da Disney na década de 1990), mostra algo que se mostrava cada vez mais recorrente nas animações Disney: a mulher que escolhe seu destino, ao contrário de ser empurrada para ele. Ariel fugia das ordens de seu pai, Bela não se conformava com a vida pacata de sua aldeia, Pocahontas não queria se casar com Kokuan, Mulan queria lutar pelo seu país (casar também estava longe de seus planos).

Podemos ver aqui uma progressão do feminismo ao longo de 10 anos de filmes Disney. Da rebeldia da sereia, em 1989 (A Pequena Sereia), passando pela busca pelo conhecimento e por algo maior em 1991 (A Bela e a Fera), a inconformidade com ter de se casar por obrigação em 1995 (Pocahontas) e, novamente, a inconformidade com a posição social estabelecida para a mulher em 1998 (Mulan). Toda essa nova leva de princesas Disney questionava o estigma da norma social para a mulher, pregado até então (inclusive nos antigos desenhos Disney ao longo do século XX).

Isso era apenas um retrato da sociedade que se firmava. Os filmes hollywoodianos dos anos 90 também eram feministas. Pegue qualquer história básica do cinema nos anos 90 e lá estará a mulher trabalhadora, dona de si própria que até se apaixona, claro, mas que o foco de sua vida não é o casamento apenas. Ela não quer ser dona de casa, ela quer se dona de si.

Até mesmo nos filmes Disney onde o centro não era uma Princesa, mas sim um Príncipe (nos desenhos voltados para o rapaz), vemos um papel mais ativo da mulher, como em Hércules (onde temos Meg, uma personagem feminina forte e que é, a princípio, um artifício para tapear Hércules [a ideia da mulher-objeto], mas quando se apaixona pelo semi-deus, ela se rebela contra seu mestre [a inconformidade da mulher vista como um objeto]), ou em O Corcunda de Notre Dame, com a cigana Esmeralda que protege e se preocupa com Quasimodo, que não é nenhum príncipe encantado.

Os anos 2000/10 elevaram ainda mais a ideologia feminista das Princesas Disney, com o não tão aclamado A Princesa e o Sapo, onde temos uma mulher (a primeira princesa negra da Disney) trabalhadora e que deseja, acima de tudo, crescer na vida. Ter um príncipe em sua vida é o último de seus sonhos. Logo em seguida foi a vez de Enrolados, onde uma Rapunzel sonha, acima de tudo, com a liberdade e não com o casamento.

Por fim, temos o que é, ao meu ver, a animação mais feminista de todas no espectro Disney: Frozen. Um filme onde o foco é, essencialmente, em duas irmãs. Duas visões distintas sobre a mulher: uma que almeja se casar (a visão antiquada da Disney) e uma que sabe que o amor não é tão simples assim. O filme não deixa tão raso a ideia do porquê Anna querer tanto se casar, mas podemos perceber uma necessidade quase compulsiva nela e, inclusive, carência, justamente por ter sido prisioneira dentro de seu palácio por toda sua vida, sem nenhum afeto vindo da única parte viva de sua família: sua irmã Elsa. Já a frieza e incredulidade de sua irmã se dá por um medo plantado nela pelos pais.

Eu precisaria de uma postagem inteira somente para analisar a psicologia tão profunda de Frozen.

O filme ainda discorre muitos temas como o amor-cego, o grande problema das paixões repentinas adolescentes, o desenvolvimento do amor como um sentimento demorado e complexo, e não algo simples como Hollywood gostava de mostrar, mas, principalmente, o maior tema de todos: o verdadeiro e mais importante amor é o fraternal. O que salva Anna não é o beijo do príncipe encantado, mas o amor de sua irmã.

A evolução de ideologias na mídia é um processo que acompanha a sociedade. A psicologia Disney não é algo aleatório e solto. Todos os filmes são muito bem pensados, com narrativas muito bem planejadas e cheia de particularidades relevadas pelo olho do espectador comum.

Fica aqui um convite a você, leitor, para rever seus filmes Disney preferidos e tentar analisar a profundidade que essas animações querem nos passar.

sexta-feira, 6 de novembro de 2015

Mulher dá vida

Mulher dá vida
E ainda há quem duvida
Há quem pareça não lembrar

Mulher dá, vida
Só por dar não a torna
Mulher da vida

Mulher, vida
E ainda há quem ouse questionar
Pensando que mulher é menor
Seja por isso, aquilo, acola

Mulher é o mesmo que eu
E se eu posso me mandar
Quem vocês pensam que são
Pra não deixar a mulher falar?

Lembrem-se: mulher dá vida
Se não fosse por mulher, vida
Nem aqui falando isso
Você estaria