quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

A amizade

De todos os segredos da Vida
A amizade imortal
É o que mais atiça
Minha racionalidade

Pois de tudo que ela me dá
O que é mais real
É a pureza noviça
Quase religiosidade

Indômita e destemida
Forte sem igual
Como tal treliça
Que independe da idade

Tomara que pelas idas
Da vida como tal
Não se faça injustiça
O amor da amizade imortal

Cede

Cede
Feito que é carne
Cede
Feito que é ser


De todo um amor
Eterno e sereno
Preferistes o nada
Do vazio espaço

Cede
Apronta o cerne
Cede
Nada mais ter

Com todo o futuro
Provável e incerto
Preferistes a paralizia
Do medo eterno

Cede
Ao improvável futuro
Cede
Ao calor do momento
Cede
Ao prazer de me ter

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Silêncio

Cala-te
Na noite quente
Que vento nenhum
Trás conforto

Cala-te
Do murmúrio dos lábios
Qual simples presságio
Me fez vacilar

Cala-te
Pois cantar é tão fácil
Pra longe do ouvido
Que julguei ser teu

Cale-me
Pois se não me amas
Não posso achar
Que algum dia serás meu

Eterno

Todo meu amor
A ti será eterno.
Infindável, imortal tempo
Lento e inestimável contento
Ardor suave e terno
Nada se compararia.
Em brilhantes chamas
Unicamente para mim
Teu coração palpitaria
E assim diria:
Amo-te e você a mim.
Mais do que sempre
O meu amor não terá fim

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Malabarismo

Quando a cortina cai
A luz do palco some
Seu sorriso simples
Não ilumina a alma
Que pra longe vai

Que pena que pensas
Que me giras na mão
Pois tonto não rodo
Não me terás no chão
Jamais

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Trova do adeus

Parto sim pois nunca o vi
Levo junto o coração
Qu'ele pareceu não ver
Estendido em suas mãos

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Asas Negras

Àquele eterno abismo
Descende na espiral do seu ser
O voo das asas negras evito
Por mais quanto tempo sofrer?


Ermos ventos d'oeste sobem
Que soprem debaixo de minhas asas
Estas grandes asas negras
Que de tudo fazem nada

Da terra ao sul, ao norte, ao oeste
Levantaria um cavaleiro em branco
Brandindo sua espada de prata bradando:
"Do meu coração ardente clamo"

"Morro por ti sem pestanejar
Minha vida entrego em teu lugar
Ajudar-te-ei a se levantar
Não mais dessas asas precisarás"

Rasante em calma a ele eu iria
Com seus braços ao teu peito me puxaria
Semblante a semblante, meus olhos nos dele
Momento sublime e eterno aquele

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Defesa

Quando prevalece meu eu
Me salvo dos seus anseios
Que jogas nos meus olhos
Sem medo de errar


Pois sempre acertam
O fundo da minh'alma
Rondam meu intento
Depois sobra meu pesar

Atente ao que fazes
Ao meu coração bondoso
Pois de pedra em pedra
Sobrará apenas o vazio do meu
                                              Olhar

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Soneto da criação

O criador e sua cria
Nem sempre de mãos dadas
Ela foi expulsa de sua mente
Num mundo, despreparada

O sufoco a empurrou pra fora
No seu ser ela crescia
O ser não cabe em si próprio
E é por isso que a gente cria

Por muito ela sai crua
Seu tom faz por si própria
A cria faz a rua

E o caminho, qual profundo
Fez-se sozinho, depois
Que escolheu trilhar o mundo

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Quartetos da devoção

E agora só as três restam
Perduram pelo tempo
Resolutas e teimosas
Como velhas prosas

Sem dizer
Sem sorrir
Sem acreditar
Sem amar

São as conhecidas
De qualquer devoto da tristeza
Pois esta é uma delas
Uma das que acendem velas

Com carinho
Compaixão
Certo modo
Errado chão

Essas três são, então
A tristeza, a alegria
E muito da segunda
Me acarreta a terceira:
A devoção.

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Imensidão

A minha imensidão o céu não cobre
A minha imensidão não cobre o mar
A minha imensidão não cobre a terra
Quando cismas em me olhar


Mas seu olhar me cobre inteiro
Seu olhar cobre o meu mar
No seu olhar reside minha terra
E o meu céu vem me olhar


Minhas estrelas te percorrem
Meus sóis em seu brilhar
Meu vento em seus sorrisos
Meu ar seu ser me dá


Meu eu todo seu eu é
Meu céu, terra e mar
Criaste todo um universo
Tudo só através da imensidão do seu olhar

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

A onda

Ai que
  Loucura seria
     Se no encanto do
     Seu mar restasse
  Lá apenas o meu
Amor

Pedras preciosas

Essas safiras que chamas de olhos
Acendem a chama em meu olhar
Dentro de mim, a pedra aviva
Bate forte ao me tocar


Suas pedras não só brilham
Não só preciosas elas são
Pois minha pedra transformaram
De rubi em coração


No fundo de minha terra
Na gravidade de seu ser
Sua fonte me transforma
Dá mais vida a um viver


Que já existia
Já era terra
Mas era pedra
Não era nada


Seu toque criou o que vê
Seu vento criou o que vê
Tanta preciosidade como esta
Só pode existir graças a você