sábado, 30 de março de 2013

Conjunto

Bem-me-quer
Raramente me rendeu
Um único dia me valeu
No seu eterno ser
Olha nos meus olhos
E vê que não é
Pouco
Apenas muito de
Um único você
Lá estará 
O nosso eterno
Pra sempre
Respondo e
Apenas posso dizer
Sim
E nada mais
Mais nada eu quero
Posso ser seu,
Responda,
Eternamente?

quarta-feira, 27 de março de 2013

Vou te amar

Como você é lindo
Você tem a beleza
E pode ter certeza
Que eu vou te amar


Para de tanto medo
Abra os seus braços
Vem ao meu encontro
Que eu vou te amar

Sinta o mesmo que eu
Eu sei que você sente
Pare logo de fingir
E eu vou te amar

Você pode sentir
Pode ver o meu mundo
Sentimento profundo
E eu vou te amar

Contraste


Todos os deuses das artes
Se unem aos deuses do amor
Celebram o canto da vida
Com muita paz, mas muita dor

Quando se cria todo um novo mundo
No amor que se deposita em tal
Celebram o movimento triunfante
Com muito vida, mas muito mal

Na junção da luz e trevas
No que resta não vem cinza
Muitas cores se despertam
Com muito céu, mas muito inferno

Eu celebro o equilíbrio
Do eterno contrastante
Pois mais vale a ambivalência
Do que a morte estafante
                                .......... da rotina

segunda-feira, 25 de março de 2013

Completo

Você sente aquela mesma dor
Aquele mesmo condensar
Quando cismamos em nos apartar?

Aquele mesmo pesar
Diz, então, sentirás
Se algum dia faltar?

Faltar o que poderia ser seu
Sempre seu, e sempre meu
Sem nada a faltar jamais
Por hoje e sempre mais

Pois o que me falta, você tem
E o que tenho a ti é tudo
Pois de forma ou outra
Você completa o meu mundo

domingo, 24 de março de 2013

E foi assim

E foi assim
Que do nada veio
O que eu menos esperava
Por tal coisa minha alma ansiava

Mas eu sequer percebi esse meu fim
O fim do meu ser eu-sozinho
Quando me dei conta
Caí

E foi assim

quinta-feira, 21 de março de 2013

Anna Karenina

Mesmo com as poucas informações que eu tinha sobre esse filme, a vontade de vê-lo não diminuiu em momento algum. Eu queria ter visto ANTES do Oscar, mas não rolou a possibilidade. Mas tudo bem, pois a espera compensou.

Primeiro, digo que, mesmo que você não goste de filmes de época, vale a pena a ida ao cinema (e perceba "cinema", pois a tela grande e a qualidade boa de imagem contam na experiência final) para se deliciar com esse fantástico filme.

O filme narra a história de Anna Karenina, uma mulher da alta sociedade russa do século XIX, casada com um oficial do governo em São Petersburgo. Ao ir para Moscou, impedir que o casamento de seu irmão galinha desmoronasse, ela conhece Alexei Vronsky e ambos mergulham num romance proibido.

O grande trunfo do diretor Joe Wright foi rodar o filme inteiro (exceto por pequenos trechos) dentro de um teatro, destacando o lado "teatral", cheio de espetáculos e roteirizado ao extremo da vida da alta sociedade. Somente dois personagens, e em momentos marcantes, deixam o teatro para sair ao mundo real e aberto (e aqui Joe Wright abusa de planos imensos e menos sufocantes do que o interior do teatro).

Interessante destacar que, para mostrar como a vida mais teatralizada de todas é a de Anna com seu marido, as cenas com Karenin se passam emblematicamente em cima do palco, inclusive, a entrada da casa dos Karenins é a entrada do teatro (precisa dizer mais?).

Outra coisa muito legal são os passos e movimentos com um ar de "coreografia" de alguns personagens.

Já no figurino, interessante perceber como a roupa de Anna passa de tons escuros e melancólicos para claros e alegres após se envolver com Vronsky.

Claro que nada disso seria espetacular se não fosse pela fantástica obra de Tolstoy (que inclusive, acho que vale a pena a leitura), que narra toda essa história para nos fazer refletir, como num dialogo do filme: "Como sabemos distinguir o que é certo e errado?".

No final, muito interessante perceber a última cena do filme! Não vou dar spoilers, mas perceba como o filme se encerra e onde se passa a última cena. Joe Wright fecha com a melhor metáfora um dos filmes mais metafóricos de 2012.

Nota: 8,5/10

domingo, 10 de março de 2013

Indomável Sonhadora

Comemorando minha 20ª postagem aqui pra abrir um novo tópico: comentários de filmes que vi. Não vou ser prepotente de querer fazer uma crítica, claro. São só breves comentários e minha opinião sobre os filmes. E pra começar, um que vi essa semana e foi muito marcante: Indomável Sonhadora.

Pra quem não conhece, Beasts of the Southern Wild (o título original, que pra mim faz muito mais sentido), é baseado numa peça chamada Juicy and Delicious. O filme conta a história de Hushpuppy e seu pai, moradores de uma vila no sul dos Estados Unidos (algum lugar como Louisianna, não fica claro no filme) e seus problemas e aventuras. Não posso falar muita coisa sem dar muito spoiler, mas digo que, dos filmes que vi indicados ao Oscar de melhor filme (ainda não vi Argo, então não posso falar muito), acho que esse é o melhor.

O filme é de uma simplicidade ímpar! Não existem grandes efeitos, cenários colossais, milhões de figurantes, mas é, do início ao fim, um filme jornada. É um filme de fantasia dos mais reais que já vi. A história é super tocante e simples, mas tudo ganha traços muito marcantes graças ao olhar forte da atriz-mirim (que realmente mereceu a indicação) Quvenzhané Wallis. A garota leva o filme inteiro nas costas e parece totalmente preparada pra isso.

A cena mais impactante do filme, no final, é também a mais poética. O filme inteiro é cheio de analogias e metáforas sobre a vida e duvido que duas pessoas verão o filme do mesmo jeito. Assim como duvido que alguém consiga desligar a TV depois de ver o filme com olhos secos.

Aconselho totalmente esse fantástico filme.
Nota: 9/10

quinta-feira, 7 de março de 2013

A Fera


A fera rugiu
Do alto de sua fortaleza
Não era tristeza
Não era loucura

A fera rugiu
Subindo as escadas
Não era tristeza
Não era nada

A fera rugiu
Gritou errada
Surtou em loucura
Ficou a tristeza

Em cima da mesa
Não tinha nada
Apenas loucuras
Ditas do nada

A fera rugiu
A fera rugiu
A fera estava louca
Jogando até a louça
Matando qualquer palavra
                          alheia

A fera matou
A fera feriu
A fera atacou
A fera rugiu
A fera gritou
A fera fechou

A porta na cara
Se trancou
Não queria nada
Sumiu
Nem na sacada
Nem na cozinha
Nem na sala
Nem em nada

A fera fugiu

segunda-feira, 4 de março de 2013

Aquelas tardes

São naquelas tardes
De chuva infinta
Que toda a verdade da vida
Se revela ao pensar

O pensar profundo e meditativo
Que atinge repentinamente
A mente que trabalha
No ócio delicioso do existir

E para refletir e ser
Basta ver
Que profundamente
Tudo é verdade até não ser

E com o vento da rotina
Tudo se esvai
Em pequenas verdades
Microscópicas realidades

E assim a mente se perde em sonhos
Em indas e vindas de pensamentos
Cada quais percebendo um momento
Cada quais profundos em si próprios