segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

Métrica

Todo espaço é muito
E todo passo é curto
Na distância de duas pessoas
Que se amam
                      demais

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Inestimável

Artista altruísta
Que cede sua Arte
Ao mundo, grátis
Por só saber

Que bom é pensar,
Refletir e ver
Que na verdade
A Arte é grátis
Mas o Saber
               Ah....
               O Saber não tem preço

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Semeador de letras

Um dia me perguntaram o que eu fazia da vida. Eu respondi: sou escritor!
Mas a pessoa ficou confusa. Ela nunca havia visto um livro meu publicado, uma história minha em algum lugar ou mesmo uma entrevista de rodapé de página em qualquer lugar.
"Você é escrito?", indagaram, naquela voz meio insegura que ao mesmo tempo faz uma pergunta e uma afirmação, escondida no submundo da descrença.
Eu ri e sacudi a cabeça, confirmando, já que não era de se espantar que a pessoa não entendesse realmente o porque de eu afirmar aquilo. Nem eu próprio entendia há muito pouco tempo atrás.
Eu realmente não tenho nada publicado, não tenho uma história minha em algum lugar e nem sequer dei uma entrevista de rodapé de página em qualquer veículo de informação. Mas eu sou um escritor.
Veja bem, uma profissão é algo que você cede seu tempo, seu conhecimento e suas habilidades em troca de dinheiro. Onde estava o dinheiro da minha escrita? Porque o tempo e as habilidades já estavam sendo empregadas, afinal.
O dinheiro não existia, pois eu fazia a minha arte por mim mesmo. Mal sabia eu que isso era só um pedaço do caminho que leva alguém a ser um Escritor, com E maiúsculo mesmo. Um escritor é o bicho mais inseguro do planeta, tanto que ele demora a se autodenominar tal.
É só quando a gente passa a perceber que não basta sermos nosso próprio público que abrimos as portas. Mas ainda há a insegurança. Muitos "saem do armário" com pseudônimo, comigo também foi mais ou menos assim (P O Sora, e não meu nome escancarado).
Mas ai a timidez e a insegurança morrem (ou são assassinadas) e você passa a mostrar e ver que você não precisa realmente da chancela de ninguém pra escrever, afinal, escrever é uma arte, e a arte não precisa de aprovação (apesar de haver interpretações de que a arte só está finalizada quando é interpretada pelo interlocutor, isso é pra pensar mais tarde).
Foi aí que eu percebi que eu realmente poderia começar a me considerar um Escritor, apesar de não ter nada em meu nome. Eu tinha esse blog, oras, mas eu ainda queria algo na estante. Eu queria meu nome na seção de literatura nacional das grandes livrarias. Veja bem, isso não é por ego nem nada, é pura questão de "trabalho terminado", como em qualquer profissão, afinal, não editar o livro é o mesmo que construir uma casa, mas deixar de colocar os tijolos em alguns lugares. A casa pode até permanecer de pé um tempo, mas ela vai cair e voltar a estaca zero em breve.
Bom, aí vieram as perguntas: "mas se você só quer seu nome publicado, por que você mesmo não imprime?". Eu rebatia com um singelo "você aceita pagar pra trabalhar?". A pessoa prontamente respondia com um "não" enérgico, claro, e assim eu assentia com a cabeça e um sorriso de canto de boca.
Escrever é um trabalho, não é mágica, não existe uma musa da inspiração (ou nove) pairando no ar. É árduo e trabalhoso como qualquer outro trabalho. Eu não aceito pagar para trabalhar.
E foi assim que eu comecei minha busca por editoras, para finalmente ter meu nome publicado com minha história que eu sempre quis contar ao mundo. E eu nunca desisti, porque eu acho que o mundo precisa saber dessa história. Não é a toa que ela me atormenta há 10 anos, desde os 14, pedindo, gritando pra ser publicada! Ela quer ser contada.
E uma história que quer ser contada é mais forte do que mil elefantes empurrando por uma porta de aço e diamante. Não existe força na terra capaz de parar uma ideia quando ela precisa ser dita. E quando uma ideia precisa ser compartilhada, ela precisa ser semeada, e é daí que nascem novas ideias e novos futuros e novos novos.
E assim, todos os dias da minha vida, enquanto minhas ideias precisarem ser ditas, eu responderei às pessoas que indagaram e ficarem confusas quanto ao que eu faço: sou escritor!
Mas agora posso afirmar que não só isso. Além de escritor eu sou semeador.

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Lição de Lewis

Sequer abrir o coração
É estar disposto ao não-perdão
É estar consciente 
De que pode não ser
É saber de tudo isso
E não temer

Amar por si só já é temor
Mas o temor que por si só
                               já é coragem
Que cria em nós virtude
E que sozinho une e reparte

Podes querer não amar
Podes querer não sofrer
Achar que trancando seu ser
                               seu coração
Não terás que distribuir perdão

E, realmente, seu coração se tornará
Mais forte, mais duro, mais por si
Mas não só mais, ele também será
                               um fim

E que fim espera o coração morno
Senão o mesmo fim do coração duro?
Pois a única certeza da não-dor
É também o não-amor-puro

segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Forma

No fim do dia, o que deseja meu corpo
Não é só a maciez da coberta, o conforto
Um abraço, um toque, um olhar de retorno
Que volte aqui pros meus olhos sedentos

E no fim do dia, o que minha sede deseja
É algo que preencha tudo, que não só seja
Que passe além do ser, além do é, além do ar
Além da vontade, do querer, do amar

Transcendental, utópico, transbordantemente
                                                         exótico
Mais que o normal, tão ótimo, beiradamente
                                                         caótico
Tão natural, e óbvio, queria mesmo em mente
                                                         um tópico
                                                         explanar

Meu amor, você me oferece, 
da forma que se descreve 
                                  em rimas
Um prazer imenso na forma mais básica
                                                       de amar

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Da Cor

Ei, meu amor
Vem ver a flor
Que já brotou
Na pura cor

Foi seu brilhar
No meu olhar
Tão ao falar
Me fez sonhar

Vem ver tecer
O amanhecer
Do grande ser
O sol

Meu sol de amor
Meu sol da flor
Meu sol da cor
Da cor do seu amor

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

O Som da Solidão

Esse som que não é completo
                            só repleto
Que não se sabe onde cabe, nem acaba
                                            só abafa
Que não é, que não foi
Que não se basta só por si
Que precisa arrancar um pedaço
                                      de mim
Que sempre me atormenta, não sei d'onde
                                          não sei pr'onde se vai
Mas sei que vem para tentar minh'alma
Tentar suada a batalha, que sei que vai perder
Pois comigo meu amor,
        comigo seu amor,
         comigo meu querer,
          comigo seu amar, seu respirar
                                                e seu ser

domingo, 22 de setembro de 2013

6 meses

Se apaixonar como se fosse o primeiro dia
Amar como se fossem 50 vidas
Abraçar como se fosse a última vez
Soltar e esperar a próxima vez

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

As Aventuras de Pi

Depois de muito tempo (e muitas insistências), finalmente assisti As Aventuras de Pi (Life of Pi, no original e, sinceramente, muito mais interessante como nome).
Primeiramente, preciso dizer que, no geral, o filme é bom e ponto. Não é nada demais e foi MUITO superestimado por muita gente. Talvez, como livro, funcione muito melhor, mas no cinema, só o que salvou mesmo foi a poesia visual.
Aliás, é no visual que o filme ganha muitos pontos, por conseguir traduzir toda a filosofia poética presente no livro, o que nos leva para a temática do filme: fé.
O filme começa com um pressuposto muito prepotente: Pi nos contará uma história que nos fará acreditar em Deus. A partir desse momento, a audiência já deve estar dividida, pois religiosos e pessoas de fé não precisam disso, e ateus convictos também não vão dar muita bola pra história.
A seguir, vemos o desenrolar de uma narrativa [bem] fantasiosa (e totalmente irreal em vários pontos), mas interessante, sem dúvidas, deixando a cargo do telespectador, no final, decidir entre um discurso duplo (e tendencioso), o qual não vou citar para não dar spoilers.
O mérito do filme definitivamente não é o roteiro. Talvez a atuação do jovem ator que passa o filme todo contracenando com um tigre digital (aliás, fantasticamente criado a partir do nada), a direção de Ang Lee que conseguiu, não sei como, amarrar esse filme e com certeza a parte visual que enche o que deveria ser a monótona viagem de um náufrago, durante 2 horas de filme. Mas, com certeza, não sentamos duas horas para ver um desfile de imagens bonitas.
No final, As Aventuras de Pi é na verdade uma tentativa de vender arte num cinema que agrade a todos. Essa mistura, por si só, é muito perigosa e precisa ser muito bem montada. Infelizmente, não foi o sucesso de Ang Lee nesse momento.
A sensação que tive ao levantar da sala, após ver o filme, foi de ter sido enganado por 2 horas. Com uma belíssima história, claro, mas de qualquer modo, enganado. Pois qualquer pessoa sã veria que aquela não é a história real.

Nota final - 6/10

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Canção da Estrada

É muito amor e muita estrada
Muita coragem e pouca tralha
Muita saudade em cada olhada
O mesmo oi que cura, mata


Mão em mão
Meus pés no chão
Não, não, não
Esses nunca estão


Toda estrada é curta a vida
Pra dividir contigo a ida
Sempre te quero e tenho dito
Tanta estrada, muito riso


Chão, sem chão
Meu coração
Tão, tão, tão
Seu com razão
          Seu com razão
                    Seu com razão

domingo, 28 de julho de 2013

Todas as Cores

Eu não era triste antigamente,
Mas hoje sou muito mais feliz
Foi então naquele dia,
Minha vida quase por um triz
Não sou de poucas palavras,
Mas hoje só digo bis
Antes já era cor,
Mas hoje uma caixa de giz

Usa minhas cores, descobre meu tom
Pinta meus céus de verde e salmão
Cria meus rios, transforma meu ar
Retira o nublado com seu sol lumiar
E tenta

Tenta e descobre que toda essa cor
Que antes era uma caixa de doze
Hoje é um Caran D'ache de amor

quarta-feira, 12 de junho de 2013

O primeiro

Mesmo depois, ainda dispara meu peito
Mesmo então, ainda sinto meu desejo
Mesmo na frente, ainda espero seu beijo
Mesmo em todo, sempre te desejo do meu lado

Não nego, eu tenho o maior amor do mundo
Graças a você, que me ensinou a amar
Não omito, não minto, você é o meu querer
É tudo, é meu amor, é meu dom te ter

Te espero no infinito do olhar
Desse esperto, de lado, astuto
Que eu sei que sabes dar

Meu desejo é o seu querer
Meu inteiro, meu único
Meu doce desejo de saber

Por você até o fim
Com você até o final
O primeiro seu, o primeiro nosso
O primeiro amor longe do mal

terça-feira, 4 de junho de 2013

Minh'alma

Não manda minh'alma, não
Não manda minh'alma voltar
Pois sem ela eu até vivo
Mas você sem ela só está


Não manda pra mim, meu amor
                                    Não manda
Deixa ela com você, deixa lá
Pois seu amor preenche
O que minh'alma saiu pra acompanhar


Então deixa minh'alma contigo
Deixa minh'alma junto a tua
Deixa as duas abraçadas
Completa minha felicidade preenchendo a sua


Até que voltem os dois, você e minh'alma
Deixa da sua comigo um pedaço
Pois já me basta só um pedaço
Do que completo me fascina

segunda-feira, 20 de maio de 2013

Meu eterno-pra-sempre

Quando um mês é maior que uma vida
E um momento é mais importante que todo um dia
E apenas o seu sorriso vale mais que todo ouro
Parece brega, eu sei, mas você é meu tesouro

E pra sempre eu te quero do meu lado
Ou, como você diz, pra eternidade
Porque você mesmo já me disse uma vez
Que o pra sempre, sempre acaba

Mas o nosso pra sempre é além de vida
É além de mundo, é além de morte
Nosso pra sempre é além de universo
Nosso pra sempre dura mais que esses versos

Todos esses e muitos outros
Que já fiz e que farei
Todos versos, frases e poemas
Que do meu coração pra você cantei

Por mim escreveria esse poema para sempre
Pois o prazer que me dá enquanto o faço
É eterno e profundo, como um traço
Direto do seu coração para o meu

E, como você sabe, você é minha inspiração
Você é o que torna simples palavras
Num profundo sentido, de amor e mais nada
Pois é só amor e isso já é muito, meu coração

Eu só queria que você soubesse, por fim
Que de fim nosso amor não tem nada
Que se é pra sempre ou eterno, diferença não faz
Pois é você, e só você, meu amor, 
                                   meu pra sempre e eterno rapaz

domingo, 19 de maio de 2013

Tudo

Sabe
Você pra mim é muito
Muito do nivel tudo
Como domina meu mundo


Pra mim vale a pena
Só você e ninguém mais
Por que pra mim é você
Não quero outro jamais


Olha
Você é a beleza em carne
Por mais que você não ache
Eu tenho que dizer


Pra mim você é o céu
Pra mim você é o mar
Pra mim você é tudo
E gosto de te amar

segunda-feira, 13 de maio de 2013

O Cosmonauta

Faz muito frio aqui, meu amor
Faz muito frio aqui em cima
Mas eu lutei, to lutando, amor
To lutando pelo nosso dia


To lutando e enfrentando
O Universo debandando
Pois nada será e nada seria
Sem seu amor eu não existiria

Nada será mais forte
Que o meu amor por você
Nem astros, nem tormentas
Nem deuses de outras estrelas

Ninguém me destruirá
Por você, vou até o fim
Será minha morada, do Universo o fim
Se com isso eu ganhar o te ter

sexta-feira, 3 de maio de 2013

Seu olho

Seu olho tem um universo inteiro
Rodopiantes estrelas preenchem a cor
As nuvens repletas no céu
Guardam um sol unico que é meu


Os planetas que se entrelaçam
Numa linda dança do poder do amor
Abraçam o sol do seu ser
Num oceano de prazer

Nebulosas coloridas
Grama verdinha
Cometas a viajar
Terra, areia e mar

Lá está o meu amor
Abraço a minha paz
Isso tudo em um olho só, pois
Imagina então em dois

quinta-feira, 2 de maio de 2013

Eu e você

Um universo sem eu e você
Por si só já é incompleto
Pois na supremacia de seu saber
O universo juntou eu e você


Na verdade do poder
O universo sabia que eu e você
Deveríamos ser um do outro
E pois fez que fosse

Há quantas vidas já fomos
E quantas ainda seremos
Desse nosso perfeito jeito
Do jeito que só eu e você sabemos ser?



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sexta-feira, 26 de abril de 2013

Saudade

Saudade é pedaço que não se encaixa
Quando parte sua vai e parte sua vem
É parte da alma que foi junto
Embora pra além

É dor que não se entende no emocional
Porque saudade é distância física e racional
Dum Universo que se entendeu com distância
Pra medida de espaço casual

Pra alma não há espaço
E ela não entende
Que se for seguir o ser amado
O ser que fica sente

E eu sinto e sinto muito
Porque parte de mim sempre vai com você
Mas fico feliz quando volta
Em meus braços te ter

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Remédio

Te amar me traz tanta paz
Que eu já esqueci como era não te ter
Na verdade eu até lembro
Mas seu sorriso curou a dor
Que era antes de te conhecer

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Épico Amor

Nem o coração mais pedra
Nem o cético dos céticos
Nem o frio destemido em dor
Resiste ao verdadeiro amor

Nem o inverno mais longo
Nem o ódio mais rancoroso
Nem a noite mais escura
São páreo pro amor vitorioso

Nem a teimosia amarga
Nem a vontade contrária
Nem a maldade atada
Vencem o amor Esparta

Quando dois seres se amam
Não existe no mundo humano
Ódio ou o que seja que vença
Pois dois vencem mil
No amor real e sutil

Não existe felicidade suficiente
Nem riquezas transbordantes
Nem luxos e requintes
Que atropelem o amor simples

É o maior poder
É o maior valor
É a maior certeza
É a maior nobreza

O amor que tudo vence
Tudo conquista
Tudo transforma
Tudo supera
Tudo suporta
Tudo perdura
Tudo conclama
E tudo ama

terça-feira, 16 de abril de 2013

Nosso mundo

Ah
Se você pudesse
Uma vez na vida
Ver e perceber
Tudo que eu sinto
Por você


Seria injusto
Com o resto do mundo
Pois de nada mais adiantaria
Ja que o que te faço
Ninguém e nada suplantaria


Prefiro que assim seja
Pois você sabe
Que o que te ofereço
É um mundo inteiro
E você ainda pode
Viver seu belo mundo
Sempre ao lado meu
Inesperado da surpresa
Que ofereço no dia a dia
Desse nosso belo mundo
                                  que brilha





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segunda-feira, 15 de abril de 2013

Cronicasia Vol 2

Luana
Era ela a bela
Du jour e da noite
Mas não resvala na santidade
E não fazia por bondade
Mas o dinheiro era bom
E a necessidade
Era a verdade
Mas não sabia
Que viria
No seu Castelo com Rio Branco
O Cavaleiro de armadura
Na sua perua branca
Mas no fim, não era cavaleiro
Era só um cliente passageiro

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Com você

Meu amor
Eu já não sei viver sem você
E a falta eu já não sei entender
O que sua ausência me causou


Sinto só
Mas cada vinda sua vivo eu
E cada abraço meu, risos seus
Restauram minha alma só do pó

E a cada olhar seu
Eu acredito
E a cada toque seu
Meu arrepio
E a cada momento
Eu vou te amar

Por toda minha vida

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Empurrão

Chegou e me atropelou
Me desnorteou
Me deixou
Sem ar

Não demorou a me ter
Me tirou do sério
Sem mistério
Sem mais

Eu já te quero sempre
Imagino futuro
Já sei que
É você

E se for pra sempre, será
E se for pra ter-me, terás
E se for pra viver, agora
Mas a gente pode ajudar

Com um empurrão

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Cronicasia

Dante e Vinicius bebiam,
para se lembrarem de quem eram.
A vida os fez esquecer.
E bebiam olhando a rua,
vendo a vida alheia refletindo as suas
e conversando e discordando e afirmando.
Só sabiam que na próxima terça
Iriam se lembrar
de irem se lembrar
na mesma hora e lugar.
Pena que um dia,
a vida e o tempo
os fariam esquecer uma terça
e outra
e outra
e outra
e outra...

sábado, 30 de março de 2013

Conjunto

Bem-me-quer
Raramente me rendeu
Um único dia me valeu
No seu eterno ser
Olha nos meus olhos
E vê que não é
Pouco
Apenas muito de
Um único você
Lá estará 
O nosso eterno
Pra sempre
Respondo e
Apenas posso dizer
Sim
E nada mais
Mais nada eu quero
Posso ser seu,
Responda,
Eternamente?

quarta-feira, 27 de março de 2013

Vou te amar

Como você é lindo
Você tem a beleza
E pode ter certeza
Que eu vou te amar


Para de tanto medo
Abra os seus braços
Vem ao meu encontro
Que eu vou te amar

Sinta o mesmo que eu
Eu sei que você sente
Pare logo de fingir
E eu vou te amar

Você pode sentir
Pode ver o meu mundo
Sentimento profundo
E eu vou te amar

Contraste


Todos os deuses das artes
Se unem aos deuses do amor
Celebram o canto da vida
Com muita paz, mas muita dor

Quando se cria todo um novo mundo
No amor que se deposita em tal
Celebram o movimento triunfante
Com muito vida, mas muito mal

Na junção da luz e trevas
No que resta não vem cinza
Muitas cores se despertam
Com muito céu, mas muito inferno

Eu celebro o equilíbrio
Do eterno contrastante
Pois mais vale a ambivalência
Do que a morte estafante
                                .......... da rotina

segunda-feira, 25 de março de 2013

Completo

Você sente aquela mesma dor
Aquele mesmo condensar
Quando cismamos em nos apartar?

Aquele mesmo pesar
Diz, então, sentirás
Se algum dia faltar?

Faltar o que poderia ser seu
Sempre seu, e sempre meu
Sem nada a faltar jamais
Por hoje e sempre mais

Pois o que me falta, você tem
E o que tenho a ti é tudo
Pois de forma ou outra
Você completa o meu mundo

domingo, 24 de março de 2013

E foi assim

E foi assim
Que do nada veio
O que eu menos esperava
Por tal coisa minha alma ansiava

Mas eu sequer percebi esse meu fim
O fim do meu ser eu-sozinho
Quando me dei conta
Caí

E foi assim

quinta-feira, 21 de março de 2013

Anna Karenina

Mesmo com as poucas informações que eu tinha sobre esse filme, a vontade de vê-lo não diminuiu em momento algum. Eu queria ter visto ANTES do Oscar, mas não rolou a possibilidade. Mas tudo bem, pois a espera compensou.

Primeiro, digo que, mesmo que você não goste de filmes de época, vale a pena a ida ao cinema (e perceba "cinema", pois a tela grande e a qualidade boa de imagem contam na experiência final) para se deliciar com esse fantástico filme.

O filme narra a história de Anna Karenina, uma mulher da alta sociedade russa do século XIX, casada com um oficial do governo em São Petersburgo. Ao ir para Moscou, impedir que o casamento de seu irmão galinha desmoronasse, ela conhece Alexei Vronsky e ambos mergulham num romance proibido.

O grande trunfo do diretor Joe Wright foi rodar o filme inteiro (exceto por pequenos trechos) dentro de um teatro, destacando o lado "teatral", cheio de espetáculos e roteirizado ao extremo da vida da alta sociedade. Somente dois personagens, e em momentos marcantes, deixam o teatro para sair ao mundo real e aberto (e aqui Joe Wright abusa de planos imensos e menos sufocantes do que o interior do teatro).

Interessante destacar que, para mostrar como a vida mais teatralizada de todas é a de Anna com seu marido, as cenas com Karenin se passam emblematicamente em cima do palco, inclusive, a entrada da casa dos Karenins é a entrada do teatro (precisa dizer mais?).

Outra coisa muito legal são os passos e movimentos com um ar de "coreografia" de alguns personagens.

Já no figurino, interessante perceber como a roupa de Anna passa de tons escuros e melancólicos para claros e alegres após se envolver com Vronsky.

Claro que nada disso seria espetacular se não fosse pela fantástica obra de Tolstoy (que inclusive, acho que vale a pena a leitura), que narra toda essa história para nos fazer refletir, como num dialogo do filme: "Como sabemos distinguir o que é certo e errado?".

No final, muito interessante perceber a última cena do filme! Não vou dar spoilers, mas perceba como o filme se encerra e onde se passa a última cena. Joe Wright fecha com a melhor metáfora um dos filmes mais metafóricos de 2012.

Nota: 8,5/10

domingo, 10 de março de 2013

Indomável Sonhadora

Comemorando minha 20ª postagem aqui pra abrir um novo tópico: comentários de filmes que vi. Não vou ser prepotente de querer fazer uma crítica, claro. São só breves comentários e minha opinião sobre os filmes. E pra começar, um que vi essa semana e foi muito marcante: Indomável Sonhadora.

Pra quem não conhece, Beasts of the Southern Wild (o título original, que pra mim faz muito mais sentido), é baseado numa peça chamada Juicy and Delicious. O filme conta a história de Hushpuppy e seu pai, moradores de uma vila no sul dos Estados Unidos (algum lugar como Louisianna, não fica claro no filme) e seus problemas e aventuras. Não posso falar muita coisa sem dar muito spoiler, mas digo que, dos filmes que vi indicados ao Oscar de melhor filme (ainda não vi Argo, então não posso falar muito), acho que esse é o melhor.

O filme é de uma simplicidade ímpar! Não existem grandes efeitos, cenários colossais, milhões de figurantes, mas é, do início ao fim, um filme jornada. É um filme de fantasia dos mais reais que já vi. A história é super tocante e simples, mas tudo ganha traços muito marcantes graças ao olhar forte da atriz-mirim (que realmente mereceu a indicação) Quvenzhané Wallis. A garota leva o filme inteiro nas costas e parece totalmente preparada pra isso.

A cena mais impactante do filme, no final, é também a mais poética. O filme inteiro é cheio de analogias e metáforas sobre a vida e duvido que duas pessoas verão o filme do mesmo jeito. Assim como duvido que alguém consiga desligar a TV depois de ver o filme com olhos secos.

Aconselho totalmente esse fantástico filme.
Nota: 9/10

quinta-feira, 7 de março de 2013

A Fera


A fera rugiu
Do alto de sua fortaleza
Não era tristeza
Não era loucura

A fera rugiu
Subindo as escadas
Não era tristeza
Não era nada

A fera rugiu
Gritou errada
Surtou em loucura
Ficou a tristeza

Em cima da mesa
Não tinha nada
Apenas loucuras
Ditas do nada

A fera rugiu
A fera rugiu
A fera estava louca
Jogando até a louça
Matando qualquer palavra
                          alheia

A fera matou
A fera feriu
A fera atacou
A fera rugiu
A fera gritou
A fera fechou

A porta na cara
Se trancou
Não queria nada
Sumiu
Nem na sacada
Nem na cozinha
Nem na sala
Nem em nada

A fera fugiu

segunda-feira, 4 de março de 2013

Aquelas tardes

São naquelas tardes
De chuva infinta
Que toda a verdade da vida
Se revela ao pensar

O pensar profundo e meditativo
Que atinge repentinamente
A mente que trabalha
No ócio delicioso do existir

E para refletir e ser
Basta ver
Que profundamente
Tudo é verdade até não ser

E com o vento da rotina
Tudo se esvai
Em pequenas verdades
Microscópicas realidades

E assim a mente se perde em sonhos
Em indas e vindas de pensamentos
Cada quais percebendo um momento
Cada quais profundos em si próprios

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

A amizade

De todos os segredos da Vida
A amizade imortal
É o que mais atiça
Minha racionalidade

Pois de tudo que ela me dá
O que é mais real
É a pureza noviça
Quase religiosidade

Indômita e destemida
Forte sem igual
Como tal treliça
Que independe da idade

Tomara que pelas idas
Da vida como tal
Não se faça injustiça
O amor da amizade imortal

Cede

Cede
Feito que é carne
Cede
Feito que é ser


De todo um amor
Eterno e sereno
Preferistes o nada
Do vazio espaço

Cede
Apronta o cerne
Cede
Nada mais ter

Com todo o futuro
Provável e incerto
Preferistes a paralizia
Do medo eterno

Cede
Ao improvável futuro
Cede
Ao calor do momento
Cede
Ao prazer de me ter

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Silêncio

Cala-te
Na noite quente
Que vento nenhum
Trás conforto

Cala-te
Do murmúrio dos lábios
Qual simples presságio
Me fez vacilar

Cala-te
Pois cantar é tão fácil
Pra longe do ouvido
Que julguei ser teu

Cale-me
Pois se não me amas
Não posso achar
Que algum dia serás meu

Eterno

Todo meu amor
A ti será eterno.
Infindável, imortal tempo
Lento e inestimável contento
Ardor suave e terno
Nada se compararia.
Em brilhantes chamas
Unicamente para mim
Teu coração palpitaria
E assim diria:
Amo-te e você a mim.
Mais do que sempre
O meu amor não terá fim

segunda-feira, 25 de fevereiro de 2013

Malabarismo

Quando a cortina cai
A luz do palco some
Seu sorriso simples
Não ilumina a alma
Que pra longe vai

Que pena que pensas
Que me giras na mão
Pois tonto não rodo
Não me terás no chão
Jamais

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Trova do adeus

Parto sim pois nunca o vi
Levo junto o coração
Qu'ele pareceu não ver
Estendido em suas mãos

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Asas Negras

Àquele eterno abismo
Descende na espiral do seu ser
O voo das asas negras evito
Por mais quanto tempo sofrer?


Ermos ventos d'oeste sobem
Que soprem debaixo de minhas asas
Estas grandes asas negras
Que de tudo fazem nada

Da terra ao sul, ao norte, ao oeste
Levantaria um cavaleiro em branco
Brandindo sua espada de prata bradando:
"Do meu coração ardente clamo"

"Morro por ti sem pestanejar
Minha vida entrego em teu lugar
Ajudar-te-ei a se levantar
Não mais dessas asas precisarás"

Rasante em calma a ele eu iria
Com seus braços ao teu peito me puxaria
Semblante a semblante, meus olhos nos dele
Momento sublime e eterno aquele

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Defesa

Quando prevalece meu eu
Me salvo dos seus anseios
Que jogas nos meus olhos
Sem medo de errar


Pois sempre acertam
O fundo da minh'alma
Rondam meu intento
Depois sobra meu pesar

Atente ao que fazes
Ao meu coração bondoso
Pois de pedra em pedra
Sobrará apenas o vazio do meu
                                              Olhar

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Soneto da criação

O criador e sua cria
Nem sempre de mãos dadas
Ela foi expulsa de sua mente
Num mundo, despreparada

O sufoco a empurrou pra fora
No seu ser ela crescia
O ser não cabe em si próprio
E é por isso que a gente cria

Por muito ela sai crua
Seu tom faz por si própria
A cria faz a rua

E o caminho, qual profundo
Fez-se sozinho, depois
Que escolheu trilhar o mundo

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Quartetos da devoção

E agora só as três restam
Perduram pelo tempo
Resolutas e teimosas
Como velhas prosas

Sem dizer
Sem sorrir
Sem acreditar
Sem amar

São as conhecidas
De qualquer devoto da tristeza
Pois esta é uma delas
Uma das que acendem velas

Com carinho
Compaixão
Certo modo
Errado chão

Essas três são, então
A tristeza, a alegria
E muito da segunda
Me acarreta a terceira:
A devoção.

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Imensidão

A minha imensidão o céu não cobre
A minha imensidão não cobre o mar
A minha imensidão não cobre a terra
Quando cismas em me olhar


Mas seu olhar me cobre inteiro
Seu olhar cobre o meu mar
No seu olhar reside minha terra
E o meu céu vem me olhar


Minhas estrelas te percorrem
Meus sóis em seu brilhar
Meu vento em seus sorrisos
Meu ar seu ser me dá


Meu eu todo seu eu é
Meu céu, terra e mar
Criaste todo um universo
Tudo só através da imensidão do seu olhar

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

A onda

Ai que
  Loucura seria
     Se no encanto do
     Seu mar restasse
  Lá apenas o meu
Amor

Pedras preciosas

Essas safiras que chamas de olhos
Acendem a chama em meu olhar
Dentro de mim, a pedra aviva
Bate forte ao me tocar


Suas pedras não só brilham
Não só preciosas elas são
Pois minha pedra transformaram
De rubi em coração


No fundo de minha terra
Na gravidade de seu ser
Sua fonte me transforma
Dá mais vida a um viver


Que já existia
Já era terra
Mas era pedra
Não era nada


Seu toque criou o que vê
Seu vento criou o que vê
Tanta preciosidade como esta
Só pode existir graças a você